Mergulho no universo on-line
30/11/2014
Curso oferecido pela ABEP desvenda mitos e verdades sobre a coleta de dados por meio da internet
Além de fonte de conhecimento, o curso de Pesquisa On-Line oferecido periodicamente pela ABEP é também uma oportunidade de troca de informações entre profissionais que buscam aperfeiçoamento em um segmento que apresenta inovações diárias. “Em oito horas de trabalho, o curso passa pelos principais temas que envolvem a pesquisa on-line, abre espaço para análise de cases, além de incluir uma parte prática”, explica Bruno Paro, orientador do curso, conselheiro da ABEP e diretor-gerente da Netquest Brasil – de mudança para assumir a direção de EUA e Canadá. “Mas, em meio a tanta informação, os participantes têm espaço para interagir, falar sobre dificuldades, buscar soluções, trocar experiências.”
Na primeira parte do curso, Bruno Paro trata da evolução da pesquisa on-line desde 1994, quando surgiram, de forma rudimentar, os primeiros grupos de discussão na internet, até hoje, com a integração de todas as ferramentas digitais disponíveis no mercado. Outro assunto que atrai a atenção nessa etapa preliminar do curso são os prós e os contras entre a abordagem convencional, face-to-face, e aquela realizada por meio da internet.
Nas pesquisas on-line, Paro diz que existe maior facilidade para atingir o público AA, que normalmente mora em bairros nobres e pouco receptivos a entrevistadores convencionais. A pesquisa face-to-face, por sua vez, chega facilmente ao público das classes C e D, extrato da população que tem menor inclusão nos meios digitais. Isso porque no Brasil a internet alcança apenas 42% da população. “A pesquisa on-line, no entanto, tem enorme potencial de crescimento no Brasil. Atualmente apenas 7% da verba aplicada aqui em coleta de dados é realizada por meio da internet. Na média mundial, esse índice sobe para 27% e no Japão, 45%”, conta Paro.
Outro aspecto interessante que o curso da ABEP aborda é a questão da fraude, preocupação que constantemente inquieta o setor de pesquisa. Na versão on-line, o risco de o entrevistador burlar as respostas quase desaparece, além de permitir abrir o leque para temas considerados delicados. Por outro lado, a opção off-line permite que entrevistador aplique questionários mais longos e evita que as perguntas sejam mal-interpretadas pelos entrevistados.
No curso também há espaço para discussão sobre os painéis on-line, formados a partir de uma base de dados em que indivíduos aceitam receber periodicamente pesquisas por e-mail em troca de incentivos (presentes, dinheiro, sorteios, etc.). Como é possível perceber, as oito horas dedicadas ao curso são muito bem aproveitadas, pois, além dos temas já citados, elas abordam ainda questões a respeito de mitos e verdades da coleta on-line, como criar questionários eficientes para ser aplicados via internet, como migrar do off-line para on-line, e discussão de projetos reais e de casos práticos.
Para realizar uma pesquisa online de qualidade é importante observar os seguintes passos:
- 1) Cuidar da criação e da gestão dos painéis
- 2) Projetar uma boa amostra
- 3) Elaborar um bom convite para participar
- 4) Comunicar ao entrevistado que tipo de entrevista irá acessar (confiança)
- 5) Não tratar o entrevistado da maneira que não gostamos de ser tratados
- 6) Não fazer pesquisas longas, confusas e cansativas
- 7) Dar o incentivo adequado
- 8) Controlar processos (da elaboração do briefing à entrega dos dados).
O universo da pesquisa 2.0 também foi o tema do curso ministrado por Marcelo Coutinho, diretor de inteligência de mercado para América Latina da Terra Networks e professor na FGV, em novembro. Confira na próxima edição da PMKT 21, edição nº 12/2015 questões como interações sociais e colaborativas, impacto da opinião dos consumidores no ambiente digital, métricas 2.0 entre outras tendências.
Para conhecer a programação completa de cursos da ABEP acesse Curso – Mergulho no universo on-line – Grade